sábado, 29 de maio de 2010

Canções de Escárnio também são atuais...

Antes de tudo, este post foi dividido em três, pois tinha ficado muito grande.

Para os que sempre acompanham o Blog, demos alguns exemplos de canções de escárnio de época beem antiga, onde pudemos notar a diferença da língua, o vocabulário, etc. Mas fiquei pensando... será que não existem canções de escárnio atuais? Com essa ideia na cabeça, resolvi fazer uma pesquisa, e encontrei alguma coisa.

A primeira é uma música de Gregório de Matos e Guerra. No soneto a seguir, ele critica a "cidade da Bahia", ou seja, Salvador - ele não faz uma crítica a uma pessoa, mas sim a uma cidade, sua cultura e seus habitantes.

A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.

Um resumo sobre ele: Gregório de Matos e Guerra (Salvador, 23 de dezembro de 1636 — Recife, 26 de novembro de 1695), alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil Colônia. É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa, no período.

14 comentários:

Erzsébet disse...

Nossa, me lembra as aulas de literatura...xD

Esse poema de Gregório de Matos é interessantíssimo e bem ácido. Gosto muito.

Legal o post!

Flaemmchen

Macaco Pipi disse...

pior hein
estavam a frnte do tempo deles!

James Rocha disse...

Esse poema de Gregório de Matos é interessantíssimo e bem ácido. Porém, não sou muit fã.

questaoderaciocinio.blogspot.com

André Seyffert disse...

É bem crítico mesmo imagino os problemas que ele deveria enfrentar na época pois naquele tempo as coisas não eram nada faceis

Anônimo disse...

Esse poema esteve em minha aula de literatuda umas duas aulas atrás. O tão famoso "Boca do Inferno", rsrsrs.
Tem vários poemas dele que se encaixam perfeitamente com a Bahia de hoje (e aqui está uma baiana falando ^~)

Muito obrigada por ter passado no meu blog! As portas estarão sempre abertas

Canções de Escárnio disse...

Realmente, naquele tempo nada era fácil!
É, o Boca do Inferno é demais HUAHAHUH quando estava procurando uns poemas dele para colocar aqui, vi cada coisa!

Obrigada também por retribuir a visita! Precisando só chamar :D

"Entre Aspas" disse...

gostei, lembrei da aula de literatura. eu gosto de Gregório de Matos.

Andrade Júnior disse...

sem dúvidas, muito legal sucesso velhinha

Iuri Adônis disse...

otimo seu blog. Beijo


http://refemdarotina.blogspot.com

pormenorys disse...

parabens pelo blog, vou te seguir

Fábio Spíndola disse...

Muito interessante a poesia dele.

Camila Flatts disse...

Adorei o soneto!

Camila Flatts disse...

Ele deve ter feito muuuitas canções de escárnio para ganhar um apelido desses... hahuehauh

César disse...

O blog é muito bom, mais essa postagem não gostei muito.